NADA COMO SER POETA E VALORIZAR SUA RAIZ – 95 ANOS DE MARIO DE ANDRADE COM CHICO ANTÔNIO

Imagem retirada reprodução internet

Após Semana de arte moderna realizada em São Paulo 1922, Mário de Andrade (1893-1945) destina-se a conhecer o Brasil, através de suas duas Viagens etnográficas: Primeira Viagem, Mário vai para a Região Norte – Conhece a região amazônica e vai até o Peru em 1927. Segunda Viagem, Mário vem para a Região Nordeste 1928/29, onde conhece os Estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. (Este ano de 2024 está completando 95 anos da visita de Mário de Andrade ao RN).

Quero destacar nesta coluna, exatamente, a Viagem de Mário de Andrade ao Nordeste. Em dezembro de 1928.  Mário de Andrade viaja de São Paulo para o Recife de Navio e de Recife para Natal vem de trem. Em 14/12/1928, Mário chega a Natal, encontra-se com Luiz da Câmara Cascudo (1898 – 1986) e outros intelectuais potiguares. Mário de Andrade viaja em comitiva para conhecer o Rio Grande do Norte – A capital Natal, suas praias, alguns terreiros, vai ao Seridó, conhece as salinas e vem para o litoral conhecer as ruinas da igreja de Cunhaú em Canguaretama.

Caminhando pelo litoral, conhece Goianinha, com exclusividade, o Engenho Bom Jardim, de propriedade da Família de Antônio Bento de Araújo Lima (1902 – 1988), local onde ocorreu o encontro de Mário de Andrade com o cantador de coco de Vila Nova, hoje, Pedro Velho, Francisco Antônio Moreira (1904 – 1993), popularmente conhecido por Chico Antônio.

O encontro de Mário de Andrade com Chico Antônio, deu-se no Engenho Bom Jardim em janeiro de 1929. Este encontro é registrado numa espécie de diário que o escritor diariamente registrava suas conversas com o coquista. Estes registros de viagens foram publicados posteriormente em forma de livro intitulado “O Turista Aprendiz”, além dos demais assuntos sobre as duas viagens. Para nós, é importante destacar a significância de Chico Antônio na obra de Mario de Andrade, cito 5 obras em que o coquista pedrovelhense é citado: O turista Aprendiz; Os cocos; Vida de Cantador; As Melodias do Boi e Outras Peças e Café.

Portanto, fecho essa coluna citando Mario de Andrade falando Sobre Chico Antônio. E, nesta fala, entendemos a grandeza do coquista: “Chico Antônio não é só a voz maravilhosa e arte esplêndida de cantar: é um coqueiro muito original na gesticulação e no processo de tirar um coco”. Disse Mario de Andrade.

Por LUIZ FELIX NETO

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